terça-feira, 10 de maio de 2011

A propósito de chuva.

No final sei que tudo se resumirá a isto: Sou maior quando estás!
É desconcertante a forma como te vejo na jovem Primavera quetodos os dias  me nasce no peito, e só te toco nas lentas memórias que em ti desenho. Aqui, atrás do espelho, confortável com esta condição de narrador das histórias que fazem os outros viver cá dentro, sou dono do meu mundo; e do teu, ainda que me afaste cada vez mais do nosso. Nada me perturba e tira deste caminho. Calço as botas... desço três degraus após os ultimos que construí com meia duzia de frases definitivas, e construo uma história em que o fim é quase tão belo como o início que imaginei para nós. Lembras-te. Tu chegavas, e eu não fugia. Tu esticavas o teu braço, e eu deixava-me tocar. E assim começava a linda história de uma história só.
Sou assim. O Amanhã só existe se lá estiveres dentro. O futuro só importa se aconteceres um pouco em cada dia... e desliza o teu perfume sobre os lençois gastos com demasiadas memórias para conseguir apagar. És mais do que a chuva no deserto ou uma maçã em pleno Verão. És!
E no final, se é que eu tivesse coragem sequer de viver um ínicio, tudo se resumiria a isto... sou maior quando estás... e por isso os meus olhos vêem para além do que conhecem; E eu sou tudo aquilo que a minha imaginação desconhece; E os meus braços não terminam nas minhas mãos, mas começam nas palavras que por falta de coragem de te dizer, prefiro esconder atrás das letras.



domingo, 24 de abril de 2011

Coisa a propósito do Adeus.

Por ti faria um milhão revoluções.
Sem ti, não sou mais que uma pequena parte de mim, de peito em ferida.
 E depois do adeus meu amor, que fica entre nós?
Uma ponte feita dos nossos abraços?
Um vazio com o teu corpo marcado no meu?
E depois do adeus?
E depois do Nós?
Sem ti, sou apenas eu, e isso já não chega.



terça-feira, 19 de abril de 2011

Coisa simples de dizer.

E aqui me tens, vestido desta folha em branco e de um cursor que teima em lembrar-me que está pronto a correr mundo. Tenho um mundo inteiro de coisas para te contar, e tudo o que consigo, é prestar atenção a esta intermitência estranha que me convida a dar-te histórias sem fim... ou inicio. É na ponta dos meus dedos que tenho a melhor memória de ti. Foi na ponta dos dedos que te trouxe até aqui, a este exacto momento em que vivo do lado de cá da montanha que ergui. Sou do tamanho daquilo que sinto por ti. Sou mais, porque contigo nunca serei menos. Ergues-te do meu sonho. Um aroma. Um toque. Um olhar furtivo que se eterniza. És a ausência que me envolve em todos os lados, ou momentos, ou desejos. Existes à tua maneira dentro de um peito cansado de esperar. Gostava de te dizer a verdade: Que gosto de ti como um louco! Corro pelo mundo do sonho sem tocar no chão. Grito, pulo, danço fujo e avanço... mas é a ti que regresso sempre, porque tu é o meu lugar de chegada, mesmo quando estou de partida. Vês, afinal a folha em branco com que me visto, tem nela todas as histórias que te vou contar. Histórias simples. Com principio, meio mas sem fim. Melhor encomendar ao Brel a dança que nos prometemos. Ele sim. Ele sabia como colocar as palavras, e as coisas no lado certo da pele. Nele tudo vinha lá de dentro, de onde nascem as coisas que jamais desfalecem. Ele sim. Ele sabia o que era dançar para além do movimento Ele sabia o que era viver para além do momento.

Já eu...
Bem eu preciso de mais dos teus momentos, para me lembrar que para correr o mundo, não precisamos de tempo, mas de coragem para ver o que está do lado de lá da montanha... ou do lado de dentro do peito.


domingo, 17 de abril de 2011

Beleza sem hora marcada.

E foi então que ele sentiu,
que a beleza pura,
não tem um tempo
nem sequer hora marcada.
E na alma carrega
a saudade que antes desenhava
numa palavra só
um nome escondido num aroma
um cheiro, um travo doce
que amanhece todas as noites.

Será?